Monday, August 25, 2014

Lugares, saudades, visita

Howth
Semana retrasada conheci um homem da República Tcheca, Jakub (ele não conhece muita gente aqui, só eu e mais um cara que divide apto com ele), que me pediu informações de como chegar num dos lugares mais lindos que eu já fui aqui até então. Howth. Fomos conversando no trem e eu decidi ir junto. Meio perdidos e entrando em tudo quanto é lugar, até no quintal de uma casa. Cheguei por fim numa trilha que dali em diante boa parte do caminho fui sozinha. Meus olhos se perdiam em tanta imensidão, as flores eram bem menores que eu mas eram em muitas, eu olhava pro outro lado e tudo era água, depois da água, Inglaterra. Um horizonte sem fim. Lá em cima venta bastante e faz muito frio mas eu poderia gastar horas me perdendo naquele lugar, dá vontade de comer, de ser parte daquilo tudo. O som, é um mudo em movimento, a impressão é de entrar numa bolha e ouvir um som abafado, do vento forte, das gaivotas num quase choro e das ondas quebrando nas pedras lá embaixo. Hay que ver! Com certeza um lugar que o André precisava conhecer. Levei ele lá e depois por uma parte que eu também não conhecia. Deitamos em uma parte beirando o abismo e ficamos por lá em silêncio. Silêncio em movimento, um mudo ensurdecedor e agradável. Um paradoxo de grandezas. Aquilo tudo fez mais sentido quando ele ficou ali comigo, aquela coisa da felicidade ser verdadeira quando é compartilhada.


Dalkey Island
Levei o André pra conhecermos essa ilha pertinho de casa, pegamos um barquinho e em 2minutos estávamos lá. Acho que são ruínas de um castelo, me lembrou muito o Conde de Monte Cristo, a prisão. Um eterno campo bem verde e ruínas de pedras em alguns pontos. Uma família estava fazendo um churrasquinho por lá (uma farofada). Sentamos nessa construção de pedra e ficamos olhando o mar. De repente dois golfinhos aparecem juntos nadando. Na volta vimos focas e mais focas. E então o já tava chegando a hora dele voltar pra Londres... .. .
















Jane
Jane, uma senhorinha que sai pra tudo quanto é canto, cumprimenta todo mundo na praia como se ela os conhecessem de muito tempo, passamos minutos conversando com um italiano que vive com a filha, perguntei da onde ele a Jane se conheciam (Eles não se conheciam, mas ela foi tão seca nele pra conversar que parecia um amigão do peito). Ontem de manhã ela passou aqui com o Derick (maridão), fomos pra Killkeney, uma praia depois daqui e fizemos uma trilha no meio das pedras e tava estupidamente quente, um dia atípico desde que cheguei, sei lá quantos graus. Comemos as blueberries e blackberries do caminho, aqui é cheio disso em todo lugar e agora é época, talvez sempre seja época, então elas ficam carregadas e doces. Vimos mais dois 'golfinho', que na verdade não são golfinhos, são Porpoise, da mesma família do golfinho e da Baleia, mas não pulam tão alto quanto os golfinhos.
Passamos na frente da casa do Bono Vox, no portão tem algumas coisas escritas, de pessoas que passaram por lá e escreveram (antes tava mais cheio de coisa mas ele trocou o portão e colocou um metal, mesmo assim as pessoas continuaram escrevendo), o segurança nos chamou no interfone para ficarmos 'longe do portão'.

Anna
A Anna é russa e atualmente mora na casa do Sean (um irlandês), vai ficar aqui por 3 meses. Ontem fomos pra Wicklow, uma cidade vizinha cheia de montanhas. Entramos numa fazenda, pulamos a cerca. Chamamos um dos cavalos que estavam lá e saímos correndo porque o cavalo se aproximou bem rápido haha foi meio desastroso pular a cerca de volta na correria mas pelo menos estávamos vivas. Depois entramos numa plantação de trigo, um passeio num quadro, com montanhas ao fundo.

Hoje fomos pra Wexford, uma cidade distante e um frio do Alasca. Na previsão dizia: 'sunny day', 'se dá pra ver o sol, é sunny day' (basicamente um 'não confie na previsão'). Caminhamos na praia, com areia e muitas pedras, subimos os morros da costa e ficamos ali tomando chuva por um tempo e fomos nos esquentar num pub que tinha próximo, quentinho. Irish Coffee, uma das maravilhas bebíveis da Irlanda.


Anna!  


Quando pego a estrada é um passeio por Renoir e Monet e Van Gogh na sua melhor melancolia e sentimentos bucólicos.


Minhas aulas

Finalmente começou e está sendo ótimo estudar, meu vocabulário não é tão amplo. Eu não sei mais do mesmo. Basicamente uso um mesmo repertório de palavras, mas agora falo muito mais inglês e sinto meu vocabulário se ampliando aos poucos. Agora é achar emprego e correr pro abraço.

Obs:
Fui no mercado comprar borracha, perguntei pra atendente se eles vendiam borracha 'eraser', ela fez que sim com a cabeça. Perguntei quantas vinham no pacote e ela disse 'não vendemos individuas, vem 3'. Ela foi buscar o pacote e me volta com três giletes (Não, linda, eu só quero apagar o lápis no caderno mesmo, minha perna tá OK, obrigada).

Aqui eles chamam borracha de RUBBER, aspirador de pó também (assim tá fácil, posso ir comprar uma borracha e ela me traz um aspirador).

Saudades
Essa semana eu estive muito saudosista. Saudades dos meus amigos, família, teatro, André. Foram dias que me pegaram de surpresa. Uma amiga minha, Ju, que mora na Bahia, tava em São Paulo e antes de ir embora o mais próximo que ficamos foi quando meu avião passou por cima de Salvador. Foi aniversário da Carol, queria ter ido no karaokê também. Mas é uma saudade não de tristeza que bate, mas de nostalgia mesmo. Eu queria que eles estivessem aqui pra ver tudo isso. Esse mundo precisa saber de nós.

André na terra dos vikings
Final de semana passado eu tive minha primeira visita do André em casa. À caminho do aeroporto eu me sentia indo pra um encontro hahah Vimos um coelho selvagem no jardim do aeroporto. Pegamos o ônibus e eu me sentia muito bem, em paz, feliz por ter ele ali naquele momento e estar levando ele pra minha casa, eu me senti um pouco responsável pela situação toda, isso foi bom e eu vi o quanto as coisas mudaram e amadureceram em alguns aspectos em mim. Fomos pro centro, mas como já era mais  de 23hs e o trem de volta pra casa é o trem das onze, perdemos o trem das onze. Um passeio pelo centro à noite. Dublin não é uma cidade grande convencional, parece pequenas cidades juntas. Nada é muito. Os prédios não são altos, os lugares não são grandes, as ruas não são tão cheias, o transporte não é lotado. Pequenos lugares iluminados, aconchegantes em ruas de paralelepípedo com pontes que atravessam o rio e flores nos postes e estátuas em homenagens às vítimas do massacre do 'sunday bloody sunday'. Bem-vindo amor! Comemos pizza, que era o mais prático na minha geladeira. o dia seguinte fomos pra Howth, almoçamos num restaurante sensacional e que cabe no bolso. Ar livre, móveis antigos, tinha puf, cadeira, almofada, cama, mesas e etc pra sentar e comer à luz de velas, escutando música francesa, jazz e folk. Faltou uma tropicália.
Ele ter vindo no final de semana foi um reencontro de uma coisa que eu precisava, queria ter ele mais vezes comigo mas a saudade, a distância, o reencontro são coisas inacostumáveis mas vivas e surpreendentes. Agora o Maurice se foi e está batendo perna em Londres... foram voar longe de mim.




 Dublin num dia de sol




Caminhando pelo centro encontrei esse cara tocando A bateria.









Aaaah e como sinto falta do teatro. Vem logo!

Thursday, August 14, 2014

Morar sozinha, Ligações, Chuva de meteoros no pão-de-açúcar

Antes de mais nada, agora o Maurice tem um intagram, onde postaremos fotos dele pelo mudo afora.
http://instagram.com/mauricenasoropa


Hoje faz uma semana que me mudei do centro pra Sandycove, County Dublin. Aqui é como se fosse um anexo de Dublin (É uma província, aqui é cheio disso, as vilas próximas às grandes cidades são County + o nome da cidade grande). Aluguei um quarto por um ótimo preço e minha casa agora é há 100 metros do mar, entre pedras e penhascos eu tenho uma das belezas maissingulares dessa ilha. Uma graça! Uma praia que o caminho até o mar é feito por pedras e abismos e não por areia. O mar daqui é terrivelmente gelado, quase perdi meu pé (congelado).Achei um quarto pra alugar aqui, numa casa com 4 pessoas (dois músicos). Meu quarto, um refúgio numa ilha que banhada por um oceano às vezes se faz de abismo-solidão.

Esse é o coelho do vizinho que vem comer alface todo dia










Morando sozinha
Fui no mercado com a minha lista de coisas e uma mochila (porque aqui eles não dão sacola no mercado e da primeira vez eu voltei com tudo na mão, o pão caindo no chão, desodorante, etc...) então dessa vez fui fazer mochilão no mercado. Uma coisa leva a outra. Tava na lista 'pão' (poderia significar só isso mas 'pão' significa mais do que essa simples palavra)

Pão: Você vai precisar de algo pra passar no pão e de um instrumento pra passar isso, e de outra coisa pra lavar esse instrumento, e mais uma coisa pra secar.

Pão: Queijo, faca, detergente, esponja, pano de prato. E obviamente, pão.

Comprei ferro de passar, sabão, amaciante, copos, carne (carne aqui vale ouro), comprei o básico da sobrevivência. Fiquei com medo de dar uma fortuna, mas a compra pra um mês deu 88 euros mas eu comprei TUDO que eu precisava pra comer e cozinhar (objetos), quer dizer eu achei que tinha comprado tudo.
Voltei pra casa quase caindo pra trás feito tartaruga, por conta do peso da mochila. E ainda tive que levar umas coisas na mão. Caiu tudo no chão, um cara parou e pegou tudo pra mim.

Comprei o ferro, a roupa tinha acabado de lavar então era só estender. AHÁ! Cadê o varal? Eu não tenho um varal, esqueci. Pendurei tudo nos móveis. liguei a calefação e rapidinho a roupa tava seca. Bora passar com o ferro e a...eu não tenho uma tábua. Meus dias foram cheios de afazeres (lavar, passar, limpar, cozinhar), aqui é mais barato lavar roupa depois das 23hs ou domingo o dia todo. E como anoitece tarde, só umas 21:30hs, tá tranquilo e eu estou bem acordada esse horário. Mas eu consegui e consigo aproveitar as coisas por aqui também.

Segunda-feira quando eu levantei e fui pra cozinha, o furacão 2000 tinha passado por lá, deixou milhares de pratos,copos, talheres e panelas sujas e espalhadas. Não tinha panela, nem prato e nem talher limpo... o chão tava empoeirado, da casa toda... eu já comecei a ficar desesperada por não saber por onde começar. Limpei a casa menos a louça porque aí a coisa é pesada. Existe uma ação genuína chamada 'sujou, lavou'. Não porque eu tenho mania de limpeza mas porque se é uma casa compartilhada tem que existir um cuidado com o outro, do tipo 'não dá pra deixar todos os pratos e panelas sujas', se você vai lavar sua louça depois aí é problemas seu. Achei falta de consideração. Eles chegaram de tarde e eu estava indo pro mercado porque o detergente tinha acabado e o saco de lixo também. Comprei pratos, panela e garfos. Melhor assim porque eu não precisaria contar com a louça suja. Eu quis falar com eles mas mal nos encontramos e não deu tempo.
No dia seguinte tava tudo limpo na cozinha e de tarde um deles veio se desculpar e conversamos de boíssima. Tenho sorte de sermos todos muito fáceis de lidar então a gente vai se entendendo.



Liguei pra minha mãe, depois de uma semana sem nos falarmos e quando ela atendeu começou a chorar de soluçar, levei um susto e fiquei emocionada...Ela dizia que achava que eu tinha esquecido dela, essas coisas a gente nunca esquece mãe. Expliquei que não dá pra ligar todo dia mas vou ligando na medida do possível, porque minha mãe não tem facebook nem qualquer outro meio de falar comigo se não por telefone. Então guenta coração da dona Maria do outro lado do oceano. Mas sua filha tá bem dona Maria, felizona e muito ocupada com os afazeres domésticos e esse mar e essa lua dona do mundo.



Jane
Ela o Derick (marido) vieram me buscar aqui e fomos pra Wicklow, a cidade vizinha, subir uma 'montanha' (que eles chamam de 'pão-de-açúcar' mas não chega nem na metade de altura) pra vermos a chuva de meteoros. Acabamos que ão vimos porque a Lua estava gigante e muito brilhante e o céu ficou muito claro. Mas a vista foi linda e o sul da Irlanda parece que vai ficando cada vez mais absurdo.





Sabe, me incomodava o fato de não ter um lugar, de não poder desfazer minhas malas, um endereço, parecia que eu não tinha pra onde ir. Eu me sinto mundana e agora mais do que nunca mas acho que ter um lugar pra chamar de casa é sempre bom, é um lugar pra ter pra onde voltar no fim do dia, uma proteção e uma independência também, eu cheguei aqui só com o meu corpo como historia, como um resultado de um passado e matéria de um futuro. Só eu, ninguém aqui sabe quem são meus amigos, o que eu fiz e minhas histórias malucas.Um idioma que eu me viro muito bem mas ainda não sou Ingrid. Meu corpo tá sendo uma essência, meus olhos ainda são carregados e marejados de vida e eu tô achando incrível tudo isso, é uma angústia por não saber o que vem pela frente, o indeterminado (mesmo tendo muito claro pra mim o que eu quero daqui e o que fazer com isso).

Monday, August 11, 2014

Jane e a supermoon do céu do hemisfério Norte

1º dia de chuva: ah chuvinha amiga, que delícia, deixa molhar!
2º dia de chuva: uhul chuva gostosa, de verão, chove!
3º dia de chuva: olha só... chuva!
4º dia de chuva: Isso é o que você chamam de verão? Vocês não sabem de nada.
5º dia de chuva: taqueop...
6º dia de chuva: ah vai, chove mesmo, chove tudo, ensopa quem tava quentinho dentro de casa sem incomodar ninguém. 

Ontem sai pra um Pub no Temple Bar com a Anna (uma mulher russa que está etsudando inglês aqui na Irlanda também), nosso guia foi Sean (irlandês) que nos levou pra um bar com música ao vivo irlandesa, SENSACIONAL! Experimentei o Irish Coffee (Café + Whisky Baleys) DIVINO, Guinnes e Shandy (Cerveja com limonada) - Esse útltimo é pra quem gosta de cerveja doce. 

Depois desse intercambio alcoólico dançamos ensandecidas e felizes 'Whisky in the jar' e outras várias músicas que a gente nem conhecia mas ficávamos no lalalala enquanto os irlandeses cantavam comovidamente e pulavam. Aliás, o Sean escolheu um bar no qual tinha muuuito irlandês, a maioria. Voltamos debaixo de chuva (jura?) e cantando enquanto passávamos correndo por pubs tocando U2 acompanhado de um coro. Tinha acabado de escurecer, era umas 22hs. Mas o DART (trem) funciona até às 23hs só e eu pego o trem pra voltar pra casa. 




Hoje, domingo, eu me planejei pra ir no Phoenix Park, tava um dia bonito, bem frio mas bonito. Atravessei a rua e o mundo caiu em forma de água aqui. Meia volta volver. Falei com meu pai, a primeira vez que nos falamos depois que eu cheguei aqui, e ele me parecia muito diferente daquele homem que me pedia pra ficar e não ir embora, eu ouvi 'tô com muita saudade de você mas se cuida e eu te amo'. Eu fico dilacerada por dentro com isso, mesmo em São Paulo eu não era muito apegada a ele mas nunca deixei de amá-lo, só não era apegada. Mas eu sinto uma falta GIGANTESCA dele, engraçado.

Umas 20hs, um pouco antes de anoitecer, tinha parado de chover e eu fui ver o pôr-do-sol no mar, aqui do final da rua. Fui andando sentindo contrário ao centro, sentido contrário a Dublin. Intercalei entre a rua e as pedras. De um lado a lua gigante (hoje teve a supermoon e eu nem sabia mas foi uma surpresa muito agradável) e do outro o pôr-dos-sol. E na minha frente aquele mar sem fim até a Inglaterra. Encontrei um lugar numa ponta da costa pra sentar e ver a Lua, toda majestosa. Eis que alguém surge no meio das pedras caminhando, uma senhora miudinha (do meu tamanho e magrinha), cabelo curto roxo meio rosa meio branco e de franjinha, levamos um susto e começamos a conversar, o nome dela é Jane. Ela sentou do meu lado na pedra, a Jane é inglesa e mora na Irlanda há um tempo com o marido Irlandês, o filho deles casou com uma brasileira e a neta dela nasceu no Brasil mas atualmente moram todos na Europa (entre Irlanda e Inglaterra). Ficamos quieta olhando a lua por um tempo e ela levantou rápido e fez sinal pra eu seguí-la dizendo 'Tenho que te mostrar uma coisa'. Subimos as escadas pra rua e pegamos o carro dela, a Jane me levou na outra ponta da costa, enquanto isso fomos falando de literatura, teatro, irish coffee, cidades grandes (Lodres, São Paulo e Dublin) e os acasos da vida por termos nos encontrado inesperadamente. Ela até arriscou um português mal conjugado mas melhor que muitas tentativas que eu ouvi (porque aqui pra eles no Brasil se fala espanhol).
Encontramos uma amiga da Jane com seus dois filhos (acho que da minha idade) e ficamos conversando de frente pra Lua, de frente pro mar. Isso tudo aconteceu em umas 3hs.

 






 Tava um puta frio e tinha umas pessoas tomando banho de mar na maior animação.


 Minha noite se resume nessa foto, Jane, Maurice e a Lua

Tem uma certa solidão morar numa Ilha, principalmente quando se mora próxima ao mar, aquela imensidão toda te rouba um pouca de grandeza, te faz pequenininho mas só de tamanho, te devolve em coragem e muita inquietação.

Sunday, August 10, 2014

Dublin e a Faixa de Gaza

Andando pelas ruas do centro eu encontrei algumas manifestações escritas a respeito, essa semana teve um protesto numa das avenidas principais daqui.




Irlanda, finalmente. From Brazil? E sobre a COPA DO MUNDO hein?


Segunda peguei meu vôo de Londres pra Dublin. Foi 1h e alguma coisa de vôo, dormi metade do tempo. Fui num airbus, esse negócio parece uma panela e os passageiros vão pulando que nem pipoca, tem muita turbulência e eu tive a infelicidade de ficar na asa e mal consegui ver a paisagem.

Sai de lá, peguei minhas malas e dessa vez eu era uma loba solitária. Não tinha ninguém me esperando no aeroporto, nem o transfer tinha chegado. dei uma voltinha pelo aeroporto.
Cheguei na minha casa provisória. Era bank holliday aqui em Dublin (feriado, primeira segunda de agosto em comemoração ao verão), tudo bem pacato. Cheguei na casa e fui muito bem recebida, todos brasileiros, almoçamos juntos. A casa bem aconchegante. Mas era um lar provisório, até eu achar um lugar pra alugar.

DUBLIN primeiras impressões
O centro é bem cheio, ouvi muito francês, algo parecido com francês, português um pouco e espanhol, e óbvio inglês. Ruivos e ruivas por todos os lados, dentinhos amarelos e tortos por todos os lados. Uma mini Londres, tive a impressão e estar numa Londres do interior haha As lojinhas 'off license' estreitas e geralmente com pessoas do oriente médio (não sei bem que lugar mas tinham um sotaque árabe), o rio que corta a cidade em ímpar e par.






Senti os irlandeses no geral mais 'abertos' do que os ingleses, de extrovertidos mesmo. Ambos fazem muitas piadinhas o tempo todo mas os Irlandeses levam isso mais a sério. Mas não tem jeito, o cumprimento com beijo e abraço não é o normal, e pra mim isso é automático, mas quando você conhece um irish ele primeiro vai te cumprimentar estendendo a mão, cumprimentar com abraço faz eles ficarem estáticos, dá erro no sistema, soa meio frio, assim como eu percebi em Londres também, mas na verdade é só um costume.

Aqui não tem metrô, tem o LUAS (ao lado) - um 'trem' que flutua nas ruas de dublin, tem o BUS - ônibus de dois andares, e o Dart (abaixo) - que é o trem.












No mercado, o homem que trabalha na parte do açougue me perguntou se eu era Italiana ou Espanhola, quando disse que era brasileira, ele deu um sorrisinho e disse: 'E quanto a COPA DO MUNDO hein? Deve ter sido bem triste' num tom bem de zoação. Peguei a carne, sorri levemente e disse 'E quanto a Irlanda?', os outros caras deram uma risadinha e eu fui embora. Não foi a primeira vez e nem a segunda que isso aconteceu, eles SEMPRE tocam no assunto da COPA quando falo que sou brasileira, todo santo dia eu ouço a mesma coisa sobre isso.


Saturday, August 9, 2014

Underground, Little Venice, Parlamento

Londres, primeiras impressões:

Todo mundo vai te perguntar se você quer ajuda no metrô mesmo que você não faça cara de dor ou peça uma mãozinha. Basta você pensar em fazer esforço e alguém aparece sorrindo (com os dentinhos amarelinhos e tortos) e te oferece uma ajuda. Digo isso porque fui sair com a Anna, uma italiana muito divertida, e levamos a Gretta, a filha dela, no carrinho e bastava chegarmos QUASE perto da escada e vinha alguém pegar o carrinho, mesmo se estávamos no sentido contrário dessa pessoa.

 Anna e Gretta





O tube (eles chamam o underground - metrô - de 'tube') nunca vai ter hora certa pra chegar, é como pegar ônibus, na plataforma tem uma placa que indica em quanto o tube chega. Às vezes em 3min, outras 28min, 39min. Ah, e Londres tem muuuuuitos indianos, muito mesmo, pau a pau com os britânicos.
















Essa é a estação mais próxima da casa do André, não muito cheia e no meio do mato.



No meu primeiro dia de turista com meu guia, conhecido como André (o qual eu dou uns beijo), ele me levou de olhos fechados pra um monumento com um cupido, me girou e eu vejo um monte de teatro. Ah Andr... Londres, casa comigo vai! Passamos por uma ponte e dou de cara com artistas circenses na frente de um teatro, durante o percurso passamos por vários músicos apaixonantes com todo aquele cenário encantador de Londres, ônibus de dois andares vermelho, placas do underground, músicos, cartazes de teatro, luzes, jazz... até chegarmos num lugar todo enfeitado com uma enorme feira de livros na frente ao ar livre. Passamos por um tunel, subimos as escadas e vários 'deuses' do amor livre estão estampados. Entramos nesse lugar e daqui a duas semanas eles anunciavam o festival do amor... Londres.
Saimos e fomos em direção ao SHAKESPEARE GLOBE, aí que o bicho pega mas eu conto mais tarde porque nesse dia SÓ fomos perguntar sobre as peças e os tickets. Guenta coração.

LITTLE VENICE
Um lugar que deve lembrar Veneza mas numa escala pequena, percorremos a Little Venice de bike, de um lado ramos de flores e arbustos, do outro barquinhos aquela água toda, com pequenas pontes e o sol do verão em Londres. Andando de bike nesse dia apaixonante passamos na frente de um FESTIVAL DO VEGETAL, no qual uma mulher de cabelo laranja gritava pra entrarmos e guardou nossas bike, pegamos cerveja, setamos na grama e apreciamos o festival. Eles doavam vegetais e tinha um mini palco onde uma banda inglesa se apresentou.


 Essas duas fotos eu peguei do google mas esse lugar é exatamente assim sem tirar nem por. Fodido!

O festival do vegetal

O André é esse lindo com um rosto na barba (awn!)












PONTOS PRINCIPAIS
Conheci o Parlamento Inglês (uma imponência surreal). Quando desci da estação indo pro Parlamento, dou de cara com um cartaz 'FREEDOM FOR PALESTINE', na volta pra estação (no máx 40min depois) o cartaz tinha sido removido da parede. Fica a dica!


 Selfie do Maurice

 London Bridge

Londres não tem a beleza cinzenta de uma cidade grande, tem algo diferente nesse lugar. Tudo parece ajeitadinho e assimétrico, uma dualidade entre o novo e o velho, um passeio nostálgico em clima de holliday. Andar de bike nas pequenas ruas longe do centro é um colírio pros olhos e uma paz de espírito.