Monday, August 11, 2014

Jane e a supermoon do céu do hemisfério Norte

1º dia de chuva: ah chuvinha amiga, que delícia, deixa molhar!
2º dia de chuva: uhul chuva gostosa, de verão, chove!
3º dia de chuva: olha só... chuva!
4º dia de chuva: Isso é o que você chamam de verão? Vocês não sabem de nada.
5º dia de chuva: taqueop...
6º dia de chuva: ah vai, chove mesmo, chove tudo, ensopa quem tava quentinho dentro de casa sem incomodar ninguém. 

Ontem sai pra um Pub no Temple Bar com a Anna (uma mulher russa que está etsudando inglês aqui na Irlanda também), nosso guia foi Sean (irlandês) que nos levou pra um bar com música ao vivo irlandesa, SENSACIONAL! Experimentei o Irish Coffee (Café + Whisky Baleys) DIVINO, Guinnes e Shandy (Cerveja com limonada) - Esse útltimo é pra quem gosta de cerveja doce. 

Depois desse intercambio alcoólico dançamos ensandecidas e felizes 'Whisky in the jar' e outras várias músicas que a gente nem conhecia mas ficávamos no lalalala enquanto os irlandeses cantavam comovidamente e pulavam. Aliás, o Sean escolheu um bar no qual tinha muuuito irlandês, a maioria. Voltamos debaixo de chuva (jura?) e cantando enquanto passávamos correndo por pubs tocando U2 acompanhado de um coro. Tinha acabado de escurecer, era umas 22hs. Mas o DART (trem) funciona até às 23hs só e eu pego o trem pra voltar pra casa. 




Hoje, domingo, eu me planejei pra ir no Phoenix Park, tava um dia bonito, bem frio mas bonito. Atravessei a rua e o mundo caiu em forma de água aqui. Meia volta volver. Falei com meu pai, a primeira vez que nos falamos depois que eu cheguei aqui, e ele me parecia muito diferente daquele homem que me pedia pra ficar e não ir embora, eu ouvi 'tô com muita saudade de você mas se cuida e eu te amo'. Eu fico dilacerada por dentro com isso, mesmo em São Paulo eu não era muito apegada a ele mas nunca deixei de amá-lo, só não era apegada. Mas eu sinto uma falta GIGANTESCA dele, engraçado.

Umas 20hs, um pouco antes de anoitecer, tinha parado de chover e eu fui ver o pôr-do-sol no mar, aqui do final da rua. Fui andando sentindo contrário ao centro, sentido contrário a Dublin. Intercalei entre a rua e as pedras. De um lado a lua gigante (hoje teve a supermoon e eu nem sabia mas foi uma surpresa muito agradável) e do outro o pôr-dos-sol. E na minha frente aquele mar sem fim até a Inglaterra. Encontrei um lugar numa ponta da costa pra sentar e ver a Lua, toda majestosa. Eis que alguém surge no meio das pedras caminhando, uma senhora miudinha (do meu tamanho e magrinha), cabelo curto roxo meio rosa meio branco e de franjinha, levamos um susto e começamos a conversar, o nome dela é Jane. Ela sentou do meu lado na pedra, a Jane é inglesa e mora na Irlanda há um tempo com o marido Irlandês, o filho deles casou com uma brasileira e a neta dela nasceu no Brasil mas atualmente moram todos na Europa (entre Irlanda e Inglaterra). Ficamos quieta olhando a lua por um tempo e ela levantou rápido e fez sinal pra eu seguí-la dizendo 'Tenho que te mostrar uma coisa'. Subimos as escadas pra rua e pegamos o carro dela, a Jane me levou na outra ponta da costa, enquanto isso fomos falando de literatura, teatro, irish coffee, cidades grandes (Lodres, São Paulo e Dublin) e os acasos da vida por termos nos encontrado inesperadamente. Ela até arriscou um português mal conjugado mas melhor que muitas tentativas que eu ouvi (porque aqui pra eles no Brasil se fala espanhol).
Encontramos uma amiga da Jane com seus dois filhos (acho que da minha idade) e ficamos conversando de frente pra Lua, de frente pro mar. Isso tudo aconteceu em umas 3hs.

 






 Tava um puta frio e tinha umas pessoas tomando banho de mar na maior animação.


 Minha noite se resume nessa foto, Jane, Maurice e a Lua

Tem uma certa solidão morar numa Ilha, principalmente quando se mora próxima ao mar, aquela imensidão toda te rouba um pouca de grandeza, te faz pequenininho mas só de tamanho, te devolve em coragem e muita inquietação.

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